ESG – Apresentação do Tema.

SIGNIFICADO DA SIGLA.

“ESG”, sigla que identifica (de identificação e medição) as melhores práticas ambientais, sociais e de governança de uma atividade econômica, tornou-se assunto bem mais conhecido no Brasil nos últimos anos.

De origem da língua inglesa e surgida no ano de 2005, no âmbito da ONU, num Relatório intitulado “Who Cares Wins” – ganha quem se importa, cuja conclusão foi no sentido de que incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança pelo mercado financeiro gerava negócios mais sustentáveis e mais proveitosos para a sociedade, a sigla abrevia e significa “environmental” (ambiental), “social”  (social) e “governance” (governança).

ESG. POSTURA DE INTEGRIDADE E CRITÉRIO DE INVESTIMENTOS.

Assim, se ESG, por um lado, expressa compromissos da pessoa jurídica de minimização dos impactos das suas atividades no ambiente; participação na construção de uma sociedade mais justa e respeitosa aos direitos fundamentais; promoção de melhorias aos que estão ao seu entorno; e adoção do primado ético na governança, pela seleção, implantação e continuidade dos melhores processos de administração, por outro, serve de critério de investimentos com sustentabilidade. Aos tradicionais índices financeiros da empresa, tem sido acrescido, com relevante importância decisória pelo mundo investidor, o índice ESG, a medida em que o negócio orienta-se por fatores ambientais, sociais e de governança.

Segundo o NUBANK, grandes investidores tem seguido critérios de “confiança” e “capital” na escolha de seus investimentos e a pandemia da COVID-19 deu maior relevância às práticas ESG.

Em pesquisa da MSCI, 77% dos investidores entrevistados disseram terem aumentado seus investimentos em ESG de forma significativa.

CARACTERÍSTICAS ESG.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e a Rede Brasil do Pacto Global, para ser ESG, deve a empresa:

Na área ambiental (E):

  • Fazer uso racional dos recursos naturais.
  • Preservar a biodiversidade.
  • Reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
  • Zerar desperdícios. 
  • Buscar a plena eficiência energética.
  • Tratar os resíduos sólidos.

Na área social (S):

  • Melhorar as condições e as relações de trabalho.
  • Estimular políticas de inclusão e diversidade dentro e fora da empresa.
  • Proporcionar treinamento adequado para os funcionários.
  • Respeitar os direitos humanos.
  • Garantir a privacidade e segurança de dados de funcionários e clientes.
  • Promover impacto positivo na comunidade onde atua.

Em relação à governança corporativa (G):

  • Preservar a independência do conselho de administração.
  • Adotar critérios de diversidade na escolha dos membros do conselho.
  • Garantir remuneração justa e racional.
  • Seguir condutas éticas e anticorrupção nos negócios.
  • Praticar transparência fiscal. Impedir casos de assédio, discriminação e preconceito.

ALGUNS DADOS SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DAS EMPRESAS ESG.

  • Fonte Bloomberg: fundos que adotam estratégias relacionadas ao ESG aumentaram seus ativos em 32% em 2020. O valor foi recorde US$ 1,8 trilhão e a tendência é crescer ainda mais.
  • Fonte PwC: até 2025, 57% dos ativos europeus estarão alocados em fundos que adotam a matriz ESG.
  • Fonte PwC:  77% dos investidores do continente europeu pretendem parar de comprar produtos “não ESG” nos próximos dois anos.
  • Fonte ANBIMA: Em 2020, no Brasil, cerca de R$ 700 milhões em fundos ESG, quase três vezes mais que em 2019. Tendência de crescimento.
  • Fonte Global Justice Now: identificou que entre as cem maiores economias do mundo, 69 são corporações privadas e somente 31 governos de países. 
  • Fonte Melnick: os principais bancos passaram a classificar o ESG das tomadoras de financiamento e oferecem melhores taxas às que cumprem os requisitos ambientais, sociais e de governança. 
  • Fonte Google Trends: o interesse pelo ESG atingiu, em 2021, seu nível mais alto em 16 anos. A procura foi quatro vezes maior que a média do ano passado e 13 vezes superior à de 2019.
  • O empreendimento Portal do Estaleiro, em POA, torres de escritórios, hotel e centro de eventos, terá redução de 47% no consumo de água, economia de 18% na emissão de gás carbônico e 50% na gestão de resíduos, durante a sua vida útil.   
  • A Renner, em 2018, adotou o conceito ESG. Criou o “Selo Re”, de moda sustentável. Tecidos fabricados com as sobras dos cortes, tecnologia que reinseriu 51% dos resíduos no mercado. O algodão que utilizada em suas confecções é 79,9% certificado. A coleção de calçados, roupas e bolsas Collab, emprega matérias de reuso, borrachas recicladas e tecidos de PET reciclados.
  • Segundo matéria da ZH, a gaúcha CSL, primeira produtora de grãos e fibras (soja, milho e algodão) a abrir capital em bolsa no mundo, na linha ESG, considerando que 90% das suas emissões de dióxido de carbono são vinculadas à atividade principal, instituiu uma série de processos para compensação dos efeitos climáticos, pretendendo reduzir 25% da liberação de gases na atmosfera até 2030. Outra iniciativa é a agricultura digital, capaz de reduzir em até 90% o consumo de combustíveis, defensivos e herbicidas, ao realizar a aplicação de químicos direcionada por sensores somente onde existem ervas daninhas.

Voltaremos ao tema em outros artigos.

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